segunda-feira, 4 de outubro de 2010

"Porque Deus não nos deu o espírito de medo, mas de fortaleza..."(2Tm.1:7a)

Há sempre medos. O medo...um perene componente no existir. Há medo do Divino, há medo do que é humano, há medo do que se conhece, há medo do desconhecido, há medo de ser , há o medo de nunca vir a ser, há o medo do que se pode dizer, e há o medo de não se ter nada pra dizer, há o medo de ser o dedo e o medo de ser o martelo...há o medo dos próprios medos...há sempre , enfim, o medo! Sempre e tanto o medo..não o mesmo, não da mesma coisa , mas sempre lá está ele. Paralisa, confunde, maltrata, desatina, fere. Leva-nos às máscaras, a fugas, e conseqüentemente à culpa...culpa por usar máscaras, culpa por fugir de si mesmo e de outrem, culpa por permitir-se ser covarde! Há então a dor, a dor do existir quando se há o medo que faz definhar, que atrofia, que dilacera a possibilidade da vida plena, restando então a mediocridade de meramente subsistir. As vezes de tão profundo, o medo chega a suplantar a Fé, tornando-a infértil, podando-a a ponto de ela não ser capaz de produzir os seus frutos, a esperança, o contentamento, a coragem! O medo torna o coração um terreno árido, pedregoso, íngreme, tortuoso. E então resta-nos a busca por escapes, por torres, contudo o medo conduz-nos apenas a vielas, a masmorras..
Apenas a Fé, será capaz de libertar-nos do medo..de conduzir-nos a pontes, a caminhos que nos levarão efetivamente a algum lugar. Ela é que nos permitirá despir-mo-nos das máscaras...Será a Fé que nos acalmará qnd estivermos em alto mar...será nossa luneta, que nos permitirá gritar “Terra à vista!” quando ainda estamos lá,em alto-mar, onde as ondas são violentas, o vento é tempestuoso, e a imprevisibilidade é enorme..A Fé é o que vai permanecer e sobreviver, mesmo ao silêncio, ao escuro, ao aparente nada, e nos levará também à permanência em Ser e Estar. Que tenhamos Fé..que consigamos a liberdade que ela pode produzir...Que nossas vidas sejam regidas pela Fé e pela Esperança..e que os tantos medos sejam apenas  minúsculas,ranhuras nos vitrais de nossos castelos!

Autor:  Rebecka Rabêlo

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