quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Viva o que Permanece! (Parte 3- O Amor)


Desde todas as épocas, em todos os pensamentos, em todas as civilizações, entendeu-se a sublimidade do amor, e sua grandeza. O apóstolo Paulo não foge à regra , e especialmente como sistematizador da fé cristã propõe então o amor, base e causa do cristianismo, como o maior dos sentimentos,sendo maior que a fé e que  a esperança, pois no amor está contido a fé e a esperança. Paulo então após uma bela dissertação sobre o amor nos doze versículos anteriores, e sobre aquilo que permanece, sentencia que “permanecem a fé, a esperança e o amor, estas três; mas a maior destas é o amor.”  Parece-me que a cada dia nos distanciamos mais do amor genuíno, não priorizamos seu cultivo, esquecemo-nos por vezes da necessidade que temos dele, o trocamos por “lentilhas”, por coisas, por efemeridades, por situações fugazes. É necessário despertarmos, e buscarmos com afinco o amor genuíno, vivenciável e que permanece. Contudo, infelizmente, o amor tem sido extremamente desvalorizado, subestimado e, até mesmo desprezado. No meio do tornado da troca de valores do mundo pós-moderno, o amor tem estado no ‘olho’ deste, e sido açoitado.
O amor impulsionou a atitude sacrificial de Cristo  e doadora do Pai, em prol da salvação da humanidade, a Bíblia é clara ao afirmar que  “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”( Jo. 3.16). Não há como compreender tal atitude divina se não buscarmos conhecer o amor, e deixarmo-nos ser inundados por ele. O advento de um amor que foi capaz de mover Deus, e propiciar-nos posteriormente a oportunidade de sermos alcançados por tal amor de maneira atemporal, imaterial, e eterna não pode passar despercebido. É necessário que cada um de nós empreenda uma busca urgente e eficaz pelo amor genuíno, precisamos cultivar com abundãncia sementes de Amor real na '"roça" do osso coração! 
Precisamos deixar de lado a visão individualista, egoísta, materialista de nosso tempo, e embarcarmos na visão empática, desprendida, humana e perene que o amor proporciona. Não será fácil um retorno ao amor, aliás amar verdadeiramente implica em certa complexidade, e também em certa reconstrução de nossa lógica, pois a lógica do amor é perpassada pela lógica do divino, do eterno. O reverendo Caio Fábio diz em um de seus livros que “Amor não é aquilo que se destina aos melhores. Amor não cresce na medida em que cresce o objeto amado. Ao contrário, quanto maior é o amor, tanto menor é o objeto ao qual ele se dirige. Maior é o amor quanto mais destituídas de virtudes são as pessoas as quais ele se direciona. Maior é o amor, se consegue ser amor para párias, ser amor para as prostitutas, se consegue amar os não amados, se consegue querer os não queridos, se consegue viver com pessoas impossíveis de se conviver.” E é justo esse amor que é proposto dentro do cristianismo, insígnia do Deus ao qual pertencemos, que precisa ser retomado, que precisa tornar-se a bússola norteadora de nossa existência, que caminha para a eternidade. Sem o amor genuíno, somos realmente como “metal que soa sem sentido”, sem o amor nenhum conhecimento ou dom é válido, sem amor o que é vazio, o que é fugaz, o que é inconsistente, toma conta  de nossa vida. 
Que o que é permanente e maior esteja presente em nós, e transforme-nos , que nossos corações sejam "roças" prósperas, que produzam com abundancia a Fé, a Esperança e , excepcionalmente, o  Amor , e que frutifiquemos, e que o nosso fruto permaneça!

(Rebecka Rabêlo,13/10/10)

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